A Universidade Federal do Acre (Ufac) no último mês se tornou palco de manifestações lideradas pelo corpo docente devido à greve. A causa ganhou destaque neste domingo (23), com a publicação de um vídeo em forma de denúncia sobre uma das pautas locais dos professores, focada na urgência de soluções para o tratamento de esgoto no campus de Rio Branco.
No vídeo é apresentada a Dra. em ciência Leila Peters, pesquisadora e professora da instituição, que expõe a ausência de um sistema adequado de tratamento de esgoto e que esse problema emergiu como um dos principais desafios ambientais enfrentados pela universidade.
Estudos conduzidos sob a supervisão de Peters, revelam que a negligência nesse aspecto tem consequências severas para o meio ambiente local, especialmente devido à eutrofização do lago do campus. “O esgoto não tratado é despejado diretamente no lago, alimentando um ciclo que reduz significativamente o oxigênio disponível para a vida aquática”, explicou a pesquisadora.
A eutrofização, um processo pelo qual o excesso de nutrientes causa um crescimento excessivo de plantas aquáticas, é exacerbada pela presença de nutrientes provenientes do esgoto não tratado. Isso não apenas afeta negativamente a biodiversidade do lago, mas também compromete a qualidade da água e o bem-estar geral dos ecossistemas locais.
Diante desse cenário alarmante, a greve surge como um apelo urgente por ações concretas. Uma das propostas discutidas pelos manifestantes é a implementação de tecnologias de bio-remediação, utilizando micro-organismos e plantas específicas para neutralizar poluentes no esgoto. Essas soluções não apenas promovem um tratamento ambientalmente responsável, mas também representam um avanço significativo na direção de práticas sustentáveis dentro da universidade.
Enquanto o fim da greve permanece incerto, a esperança é que essas discussões resultem em medidas concretas para diminuir os impactos negativos do esgoto não tratado nos ecossistemas locais. A comunidade acadêmica aguarda com expectativa a implementação de soluções eficazes que não apenas preservem, mas também restaurem a integridade ambiental do campus da universidade.
Nota da Ufac
A Prefeitura do Campus (Prefcam), por meio da sua Diretoria de Obras e Projetos, esclarece que:
Boa tarde! Os campi da Ufac possuem sistema de tratamento de esgoto. No Campus Floresta, existe fossa filtro, e no Campus Sede, há lagoa de decantação e estabilização. Portanto, os esgotos não são jogados nos lagos.
Mesmo assim, a Prefcam trabalha na modernização do sistema de tratamento do esgoto. A nova proposta é utilização de Estações de Tratamentos (ETEs) compactas para garantir uma redução ainda mais eficiente da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO).
O respeito ao meio ambiente e à sustentabilidade são princípios levados sempre em consideração nas obras realizadas no campus. E a Prefcam está sempre aberta às novas ideias e colaborações.