Após um protesto que bloqueou parte da rua Hugo Carneiro na manhã desta terça-feira (27), uma comissão de servidores do movimento grevista da educação de Rio Branco, foi recebida por vereadores na sala de reuniões da Câmara Municipal. A manifestação faz parte da paralisação iniciada no dia 15 de maio e teve como foco cobrar o apoio dos parlamentares para garantir a abertura de diálogo com a gestão municipal.
Durante a sessão ordinária realizada logo após o encontro com os grevistas, vereadores ocuparam a tribuna para expressar apoio às reivindicações dos profissionais da educação e criticar a postura da prefeitura diante da greve.
“O estopim real da greve foi a recusa da prefeitura em dialogar com os trabalhadores. Há uma propaganda de que está tudo bem nas escolas, mas quem vive o dia a dia sabe que falta merenda, material básico e estrutura adequada. Há três anos sem reposição da inflação, muitos servidores estão levando material de casa para atender as crianças. Não tem nada pior do que uma greve sem solução”, afirmou o vereador André Kamai (PT). Ele também criticou a condução da reforma da previdência municipal, que estaria sendo discutida sem a participação dos trabalhadores e da própria Câmara.
Já o vereador Zé Lopes (Republicanos) relatou visitas a escolas em que constatou problemas graves de infraestrutura. “Freezers quebrados, tomadas com fios expostos, estruturas deterioradas. E são os professores, junto com os pais, que fazem rifas e bingos para levantar dinheiro e manter a escola funcionando. Isso é inissível. Precisamos de um plano emergencial para recuperar os salários, o PCCR e garantir dignidade a quem cuida do futuro dos nossos filhos”, declarou.
Lopes reforçou a necessidade de investimentos em insumos e equipamentos, além do reconhecimento dos servidores que, segundo ele, vivem sobrecarregados e muitas vezes atuam em funções que não são suas. “Não é nem aumento, é reajuste. É o mínimo. A educação precisa ser prioridade de verdade.”
Os manifestantes cobraram que os vereadores se posicionem formalmente em defesa da pauta dos trabalhadores e atuem como mediadores entre a categoria e o Executivo municipal. Representantes do movimento alertaram que a greve continua por tempo indeterminado e que a ausência de diálogo por parte da prefeitura tem agravado o cenário.
Até o momento, a gestão municipal não emitiu novo posicionamento sobre a paralisação nem sobre as críticas feitas pelos parlamentares durante a sessão.