O nível do Rio Acre em Rio Branco atingiu nesta quinta-feira (22) a marca de 3,43 metros, configurando a terceira menor cota registrada no mês de maio nos últimos 11 anos. A medição, realizada pela Defesa Civil nas primeiras horas da manhã, acende um sinal de alerta para o agravamento da estiagem na região, mesmo após um abril marcado por fortes chuvas.
A situação preocupa as autoridades. De acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, o valor atual está bem abaixo da média histórica para o período, que gira em torno de 5,5 metros. “Estamos quase atingindo a menor cota já registrada em um dia 22 de maio. E o mais grave é que ainda estamos no primeiro semestre”, destaca Falcão.
Situação nos municípios
Apesar de um aumento pontual do nível do rio em municípios do Alto Acre, como Assis Brasil, Xapuri e Brasiléia, o impacto em Rio Branco deverá ser limitado. “Esse leve acréscimo não será suficiente para alterar significativamente o quadro de seca iminente”, explica o coronel.
Falcão ressalta que, mesmo em 2024, quando o estado enfrentou a pior seca da história recente, o cenário atual se mostra preocupante. “Estamos vendo uma sequência de anos com cotas cada vez menores. A tendência é de piora, o que exige preparação e planejamento a longo prazo”, afirma.
A Defesa Civil iniciou articulações com órgãos públicos e operadores de abastecimento urbano para mitigar possíveis impactos, especialmente em comunidades rurais. Uma operação de estiagem está prevista para começar em junho, com foco na zona rural de Rio Branco.
Futuro do Rio Acre
Além das medidas imediatas, o coordenador fez um alerta sobre o futuro do rio. Estudos climáticos indicam a possibilidade de o Rio Acre atingir a cota zero até o ano de 2032, segundo projeções do climatólogo Carlos Nobre. “Os eventos extremos estão se antecipando. Se nada for feito, podemos perder completamente a capacidade de abastecimento do rio”, adverte Falcão.
Diante desse cenário, o município organiza, para o fim de maio, um encontro com representantes de ministérios e instituições locais, com o objetivo de discutir medidas estruturais e revisar o mapeamento das áreas de risco em Rio Branco.
A situação do Rio Acre reflete um processo mais amplo de mudanças climáticas e degradação ambiental na Amazônia Ocidental, e reforça a necessidade de ações urgentes e integradas para enfrentar os desafios da estiagem e garantir a segurança hídrica das populações urbanas e rurais da região.
Com informações do programa Balanço Geral Acre, da TV Gazeta.
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